Olá caros hipoglicêmicos!
Fiquei muito feliz em ver a repercussão do blog, agora que voltei a ativa. Quero poder responde-los tanto por aqui como por email. Quero devolver o carinho e credibilidade que estão passando, para compartilharmos nosso problema.
Para começar, vou repassar as informações que encontrei no site da Duoflex (travesseiros). Estranha a ligação de Hipoglicemia Reativa e travesseiros? A primeira vista sim, porém a ideia deles é associar informações sobre sono e a marca.
As informações têm como fonte o site Associação Brasileira de Medicina Biomolecular Achei bem completo e elucida as questões dos novos diagnosticados.O mais importante é encontrar Hipoglicemia Reativa circulando na rede em maior quantidade.
Vejam:
A hipoglicemia e o sono
Sono irresistível que vem de repente e fora de hora pode ser um sintoma da HIPOGLICEMIA. A hipoglicemia reativa ou funcional está atingindo proporções epidêmicas nos EUA e no Brasil, justamente onde se exagera no consumo de carboidratos refinados como o açúcar refinado, a farinha branca e os alimentos processados. Em recente estudo envolvendo 134.000 pessoas da população norte americana, cerca de 50% apresentaram respostas espontâneas de alguma manifestação hipoglicêmica.
As manifestações clínicas da hipoglicemia funcional ou reativa se manifestam em crise, particularmente em períodos prolongados de jejum (final da tarde, de madrugada, ao acordar pela manhã) ou são desencadeadas pela ingestão de carboidratos refinados (doces, chocolate, açúcar branco, refrigerantes).
Manifestações gerais:
-vontade exagerada de comer doces
-tontura, zonzeira, vertigem
-suores noturnos
-fraqueza
-falta de energia
-acordar com dor de cabeça de madrugada
-sensação de calor no corpo
Humor:
-ansiedade / apreensão
-irritabilidade
-inquietação / impaciência
-labilidade emocional , sem motivo aparente
Sistema Nervoso Central:
-confusão mental
-sonolência / atordoamento
-sono irresistível que vem de repente e fora de hora
-diminuição da memória em crise
-diminuição da concentração em crise
-desmaio
-síndrome do pânico
-crise de labirintite
Neuro - muscular:
-caimbra noturna nas pernas e pés
-dores nas pernas
-formigamento / adormecimento : mãos ou pés
-dor lombar
-dores musculares
Dor de cabeça:
-dor de cabeça pela manhã ao levantar
-dor de cabeça em crise, no final tarde ou quando com fome ou de madrugada
Trata-se de um problema pouco diagnosticado pelos médicos em geral. As pessoas passam pela adolescência, por exemplo, com dores de cabeça diagnosticadas como " enxaqueca" , tomando vários tipos de analgésicos até o dia em que se descobre o verdadeiro motivo: hipoglicemia funcional. O diagnostico é confirmado com curva glicêmica prolongada até 5 horas. Não adiantam as curvas até somente a terceira hora. O diagnostico é feito quando ocorre uma queda igual ou superior a 20 mg% em relação ao valor inicial de jejum. Lembrar que em 20% dos pacientes que realmente apresentam hipoglicemia a curva glicêmica se comporta como normal, atestando mais uma vez que a clínica é sempre soberana.
O tecido cerebral depende primariamente de glicose para produzir energia e sabe-se, há muito tempo, da consistente associação entre os sintomas de crise de pânico e os de hipoglicemia reativa.
Podemos encontrar no quadro clínico da hipoglicemia: depressão, ansiedade, insônia, irritabilidade, fobias, pânico, falta de concentração e confusão mental. Acompanhando estes sintomas estão: fadiga, sudorese, taquicardia, indigestão crônica e diminuição do apetite.
Muito importantes são a dor de cabeça, a tontura, a sensação de desmaio, as dores musculares e as dores lombares. A maioria destes sintomas aparecem nos períodos de jejum prolongado.
Alguns autores chegam a firmar que um terço das pessoas que procuram seu médico sofrem de hipoglicemia não diagnosticada.
Roberts, em 1971, analisando 421 pacientes com diagnostico neuroloógico de enxaqueca severa e outros tipos de cefaléia de origem vascular refratários à terapia habitual constatou que:
1. 226 pacientes (54%) apresentavam hipoglicemia no teste de tolerância a glicose (TTG) de 5 horas de duração.
2. 155 pacientes (37%) apresentavam sinais e sintomas de hipoglicemia reativa, porém com TTG normal. Os sintomas clínicos eram típicos de crise hipoglicemica, 2 a 5 horas após a alimentação e apresentavam pronto alívio com a ingestão de açúcar.
3. 40 pacientes (9%) não apresentavam hipoglicemia.
Este trabalho nos mostra que 91% desse grupo de pacientes com cefaléia apresentavam hipoglicemia reativa.
Os pacientes com hipoglicemia estudados por Roberts apresentaram os seguintes sinais ou sintomas:
90% - Narcolepsia: sono irresistível ou sono inapropriado
56% - edema recorrente
50% - caimbras espontâneas e dores nas pernas
46% - obesidade
32% - neuropatia periférica: formigamento dos dedos das mãos e dos pés
30% - ansiedade, depressão ou ambos pouco responsivos a medicamentos ou à psiquiatria
15% - angina pectoris e arritmias
12% - úlcera péptica
7% - alcoolismo
É interessante notar neste estudo a necessidade de prolongar-se o teste de tolerância à glicose até a 5ª hora e que este teste pode ser normal mesmo na presença de sintomas típicos de hipoglicemia, isto é, ele pode dar falsos negativos. Neste estudo os falsos negativos foram de 155 em 381 pacientes ou 41% dos casos.
Os pacientes que nos procuram com essa disfunção, geralmente mulheres, não sabem por onde começar a contar suas queixas. Dizem possuir todas as doenças e que já procuraram vários médicos, sem nenhum resultado. Uma anamnese dirigida e um alto grau de suspeição em muito nos será útil. No Brasil, nas classes média e alta, também é elevada a incidência de hipoglicemia reativa. Muitas vezes as pessoas contam espontaneamente que não podem viver sem o açúcar e que possuem verdadeira compulsão para doces e alimentos açucarados. É muito freqüente encontrarmos dores de cabeça de madrugada ou ao acordar pela manhã; sudorese inexplicada; palpitação e tremores de madrugada ou no cair da tarde, isto é, longe da última refeição. A queda do rendimento intelectual e o sono fora de propósito no horário vespertino, tonturas inexplicadas, sensação de desmaio ou de “apagamento” da consciência também são achados comuns. O paciente refere que está com a pilha fraca ou está trabalhando com a energia em meia fase. Não é raro encontramos diabéticos na família.
Devemos estar atentos e alertas para não deixar passar despercebido este diagnóstico, que apesar de muito freqüente nas consultas de medicina interna, nós médicos não estamos lhe dando o merecido valor. No tratamento, além das clássicas 6 refeições ao dia, ricas em proteína e pobres em carboidratos refinados, é útil acrescentar o dinicotinado glicinato de cromo 200 microgramas 3 vezes ao dia no 1º mês, e após, 2 vezes ao dia por mais 2 meses. Alguns preferem o cromo na forma de picolinato. É provável que existam vantagens concretas no uso do cromo picolinato. Não devemos nos esquecer dos suplementos com magnésio, zinco, manganês e vanádio.
Muitas vezes fica difícil para o paciente entender o que está acontecendo. O carboidrato refinado quando ingerido passa rapidamente para o duodeno e estimula a produção de insulina pelo pâncreas. No paciente com hipoglicemia funcional esta produção de insulina é exagerada e assim duas a cinco horas depois provoca a hipoglicemia. A não ingestão de refinados não estimula exageradamente o pâncreas e controla o problema. A ingestão de alimentos cada 3 a 4 horas também impede a queda da glicemia no sangue. Desta maneira para previnirmos a queda da glicemia, evitamos o açucar branco. Entretanto, se acontecer os sinais e sintomas de hipoglicemia , deve-se ingerir o açúcar branco ou mel para elevar a glicose no sangue e sair da crise hipoglicêmica.
Eu particularmente recomendo procurar a versão diet e integral de todas os produtos que costumam comer. Ficará muito mais fácil lidar com o problema!
Vamos lá!
Obs. muito feliz com a volta e agradeço mais uma vez a participação de vocês!